terça-feira, 29 de julho de 2008

Vergonha

Não me orgulho, mas não me envergonho.
Vergonha, era orgulhar-me.

meu amor

não as digas, meu amor. que essas cegam, queimam e corrompem a vida. não as digas. elas invadem a alma e expulsam a razão. nem as sintas, meu amor. não as sintas, que são más, como o frio do gelo que queima no teu corpo que se esqueceu de existir. não as digas que elas ferem como punhais de sangue e de gritos de dor. não as digas, meu amor, que elas mordem e arrancam pedaços de fé. não as sintas meu, meu amor. e se sentires, guarda-as em ti. a mim, não me fales mais de amor.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Silêncio

As tuas palavras são doces, tão doces...

O que doi, são os silêncios...

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Erro


Queres sair,
mas prendeste à vontade de ficar.
vais sempre ficar. porque é aí que queres ficar. não iludas mais. eu vou fingido que não sei e nada vai mudar. o teu corpo vai e vem. mas tu. tu ficas aí.

tão perto.

tão ausente.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Quarto

tenho dois quartos na vida.

tenho duas vidas no quarto.

...

não tenho o que escrever, nem me apetece escrever. hoje vou calar o poema. não vou escrever mais. não vou escrever mais sobre ti. já chega. fazes-me tão mal por me fazeres tão bem. quero tanto não te querer como te quero. hoje. amanhã. ontem. quero lá saber da ortografia. do correcto. do falso. não me interessa os parágrafos nem os pontos finais. não quero saber das maiúsculas e que se lixem as minúsculas. hoje não me quero fazer poesia. nem consigo. quero falar pelas minhas mãos. quero chorar pelos meus dedos. sorrir nas entrelinhas. que não existem. ainda. acalma-me o peito ouvir as letras. exalta-me a alma não as entender. na calma dos medos incertos de sofrer, sofro na esperança de não sofrer. sei o que se sofre ao sofrer. pleonasmos. repetições inúteis. reforços de ideias. escapes de sentimentos. metáforas sem sabor. amores sem dor. poetas sem sofrer fingido. antíteses. não tenho o que escrever, nem me apetece escrever. hoje vou calar o poema.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Exaltação

Já não te provo,
nem sei o teu sabor.
Mas sei a que sabes.
Continuas vivo, aqui, dentro de mim.
Primeiro, a paixão enlouquecida de quem já se esqueceu o que é amar, e ama pela primeira vez. Os sorrisos, os toques, as exaltações da alma.
Depois o prazer, tão filosófico, hoje... tão carnal!
O ciume de quem quer possuir para alem do corpo.
O perdão tão falsamente imaculado que corroí a honestidade de uma utopia.
Arrancaste tudo de mim.
Deixas-te-me nua, no meu vestido negro de cetim...
Não voltes, não me ofereças mais o teu corpo.
Não me iludas mais com a tua alma.
Fica onde estás, a minha alma não te ilude. A minha alma entristece-te.

E eu... sorrio!