sexta-feira, 18 de julho de 2008

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não tenho o que escrever, nem me apetece escrever. hoje vou calar o poema. não vou escrever mais. não vou escrever mais sobre ti. já chega. fazes-me tão mal por me fazeres tão bem. quero tanto não te querer como te quero. hoje. amanhã. ontem. quero lá saber da ortografia. do correcto. do falso. não me interessa os parágrafos nem os pontos finais. não quero saber das maiúsculas e que se lixem as minúsculas. hoje não me quero fazer poesia. nem consigo. quero falar pelas minhas mãos. quero chorar pelos meus dedos. sorrir nas entrelinhas. que não existem. ainda. acalma-me o peito ouvir as letras. exalta-me a alma não as entender. na calma dos medos incertos de sofrer, sofro na esperança de não sofrer. sei o que se sofre ao sofrer. pleonasmos. repetições inúteis. reforços de ideias. escapes de sentimentos. metáforas sem sabor. amores sem dor. poetas sem sofrer fingido. antíteses. não tenho o que escrever, nem me apetece escrever. hoje vou calar o poema.

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