sábado, 24 de janeiro de 2009

longo

Longos, foram aqueles silêncios.
Longas, foram aquelas noites loucas.
Longos, foram os olhares nos corpos nus.
Longos, foram os murmúrios, os gemidos quentes.
Longas, foram as tardes de mãos dadas.

As mãos separaram-se, não há murmúrios nem gemidos quentes.
Os corpos estão vestidos, separados, e já não se olham.
As noites perderam-se por aí…

Mas, longos… longos são os silêncios.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

deixa-me chover

Sussurra-me e faz-me dançar, eu vou emprestar-te as palavras. Hoje não as sei dizer, sei-as sentir. Ouves o meu silêncio? Deixa-me chover.
Só hoje.

Abraça-me.
Sussurra-me.
Ama-me.

Calor. Suor. Silêncio.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

mascara



Esconde-te em mim, mas nunca
(mais) te escondas de mim.

mim


a tua mão na minha
o teu existir,
com o meu

o
nosso existir

os teus olhos nos meus
os nossos olhos
nós

um.

meu amor, seremos sempre um
nas noites quentes, frias
nos dias. nas manhãs
és parte imprescindível, única
amo-te, com corpo, com carne, com alma.
amo-te, a ti. amo-te, a ti.
amo-te, parte de mim, de mim.
de nós.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

saudade




Nem sempre as palavras fluem à velocidade dos sentimentos e das emoções, e, mesmo que fluíssem, era dificílimo escrever a falta que vocês me fazem.

“A casa da saudade chama-se memória: é uma cabana pequenina a um canto do coração.”
Coelho Neto

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

o meu poema é nú. o meu poema é crú.
não tem figuras de estilo. não tem rimas perfeitas,
nem imperfeitas,
não rima.
o meu poema não é poema.
são palavras. apenas palavras.

o meu poema sou eu.
nua, crua, sem figuras de estilo e sem rimas. Palavras.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

talvez não

Tem mais culpa quem nunca se explica, que tem quem nunca entende.
Em cada dia que passa, entranhamos-nos mais no nosso próprio eu, investimos na falsa certeza que, os que nos rodeiam têm o poder de ler os nossos pensamentos, e sobretudo de os entender. Mesmo que tantas, e tantas vezes, nem nós os entendamos. E, creio, que é mesmo aí o ponto fulcral da questão, nem nós os entendemos. E porque motivo? Será, que no nosso intimo, sem capas, sem títulos, sabemos que vivemos em ilusão? Será, que por meros segundos, em jeito de introspecção, conseguimos olhar no espelho e ver, na integra os nossos defeitos? Todos. Até aqueles, que nos convencemos a nós próprios que não temos; aqueles que aconteceram simplesmente, apenas por uma suposta vez, aqueles que aconteceram por um motivo valido, caso contrario nunca faríamos uma coisa dessas. Tretas. Somos todos os mesmos, com mais metáforas menos metáforas, com mais Gucci, menos Gucci.

À um bom par de meses recebi um e-mail, dos diversos que circulam de caixa de entrada, em caixa de entrada, em que a principal mensagem constava em que, nós próprios só conhecemos os defeitos nos outros, se os tivermos em nós. Obviamente, que o mesmo se passará com as virtudes. Sempre defendi a máxima, de que, cada pessoa é uma pessoa, cada caso um caso; mas, confesso, que esse mero e-mail me intrigou e me fez pensar. Só conhecemos a mentira, se já tivermos mentido. Como só conhecemos o amor, se já tivermos amado. E, infelizmente, tenho a sensação que existe mais gente a mentir, que a amar. Mas talvez seja só impressão minha, talvez...

sábado, 10 de janeiro de 2009

pontes

Continua a construir barreiras,
eu continuo a destruir barreiras.

não facilites

não expliques

não ajudes

Continua a construir pontes,
eu continuo a destruir pontes.

Na verdade são apenas as barreiras e as pontes que nos separam.

Quando deixares de as construir eu deixarei de as derrubar,
não vamos ter nada a separar-nos.
Mas as pontes que derrubo hoje, já as tive que as atravessar.

faz mais.
esconde-te mais

Quanto mais te esconderes mais te encontrarei.