Tem mais culpa quem nunca se explica, que tem quem nunca entende.
Em cada dia que passa, entranhamos-nos mais no nosso próprio eu, investimos na falsa certeza que, os que nos rodeiam têm o poder de ler os nossos pensamentos, e sobretudo de os entender. Mesmo que tantas, e tantas vezes, nem nós os entendamos. E, creio, que é mesmo aí o ponto fulcral da questão, nem nós os entendemos. E porque motivo? Será, que no nosso intimo, sem capas, sem títulos, sabemos que vivemos em ilusão? Será, que por meros segundos, em jeito de introspecção, conseguimos olhar no espelho e ver, na integra os nossos defeitos? Todos. Até aqueles, que nos convencemos a nós próprios que não temos; aqueles que aconteceram simplesmente, apenas por uma suposta vez, aqueles que aconteceram por um motivo valido, caso contrario nunca faríamos uma coisa dessas. Tretas. Somos todos os mesmos, com mais metáforas menos metáforas, com mais Gucci, menos Gucci.
À um bom par de meses recebi um e-mail, dos diversos que circulam de caixa de entrada, em caixa de entrada, em que a principal mensagem constava em que, nós próprios só conhecemos os defeitos nos outros, se os tivermos em nós. Obviamente, que o mesmo se passará com as virtudes. Sempre defendi a máxima, de que, cada pessoa é uma pessoa, cada caso um caso; mas, confesso, que esse mero e-mail me intrigou e me fez pensar. Só conhecemos a mentira, se já tivermos mentido. Como só conhecemos o amor, se já tivermos amado. E, infelizmente, tenho a sensação que existe mais gente a mentir, que a amar. Mas talvez seja só impressão minha, talvez...