quarta-feira, 27 de agosto de 2008

anda ser só um


anda, deixa-me levar-te.
anda, confia em mim.
sai dessa prisão que te sufoca.
anda vamos sorrir.
vamos viver.
anda viver. anda sonhar. anda amar.

anda respirar.
anda comigo,
leva-me contigo.

para onde?
não faças perguntas,
não penses,
não olhes para trás,
liberta-te.

só hoje.
amanhã voltas. hoje anda viver.
não forces, anda.
confia, aprende a confiar.

larga a morte a que chamas vida.

queres gritar? apetece-te gritar?
grita, grita bem alto.
podes ser livre. não te quero prender.

chora. se te apetecer chora.
chora desalmadamente. sorri.
sê tu mesmo, sem limites.
anda, pega na minha mão.

deixa-me ensinar-te a viver,
acredita em mim.

vives tão preso em ti mesmo.
deixa-me libertar-te de ti.

vamos, os dois, por ai...
no silêncio puro das palavras que não se dizem.
não as digas.
(que eu sei-as)

agora anda.
anda ser só um.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

pequeno mundo


o mundo é tão pequeno.
tão pequeno para ti.

que se descubra outro mundo, outros horizontes para os teus olhos se perderem.
que se descubram novas palavras para te dizer, estas são tão singelas...

o mundo é tão pequeno.
tão pequeno para ti.

que se descubram novos sabores e novos aromas, para te perderes.
que se descubram novos esconderijos, para te protegeres do que te aflige.

o mundo é tão pequeno.
tão pequeno para ti.

que se descubram novos amores, e novas paixões, novos poemas e novos poetas.
que se descubra um mundo novo, para ti.


és tu tão grande e tão imenso para tão pequeno mundo.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

O hoje

é o dia,
o dia consagrado e esquecido
amargurado e imaculado.

o hoje

é o principio,
o principio do que já vai a meio
o dia principal que assombra.

o hoje

é a lágrima,
a lágrima que limpas a disfarçar
depois de a forçar.

o hoje

é a solidão,
a solidão que inventaste,
a solidão que (não) comove.

o hoje

é o grito,
o grito que custa a sair, que quer sair, que precisa de sair
o grito que ninguém pode ouvir.

o hoje

é o sorriso,
o sorriso virgem e cândido
o sorriso hipócrita e irónico que todos têm num pedestal.

o hoje

é o dia,
o dia em que te digo que os ontens foram demais.
e amanhã... será amanhã.

o hoje,

o hoje nunca mais.

(...estava ali guardado, num caderno antigo, com o pó de varias mudanças, de varias metamorfoses e achei que era altura de o passar para aqui.)

Sempre para sempre

"O amor é tudo.

tudo isto,

e nada disto,

para tanta gente..."

(Donna Maria)

dois

impressionam-me as semelhanças,seduzem-me as (nossas) diferenças.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

"...muito mais é o que nos une, que aquilo que nos separa..." ...E temos tanto a separar-nos.

toque

conversamos horas a fio.

e só entendi o que querias dizer quando me abraçaste e ficamos em silêncio.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Tão longe

É impressionante como a teu lado as horas esvoaçam, entre as conversas, entre os assuntos intermináveis que encontramos entre as coisas mais banais. Na tua terrível ausência, cada minutos, transporta-me para um lugar tão longe, tão frio...

A teu lado estou bem! Nos teus braços, encontro aquilo que nunca sequer procurei, porque julgava não existir.

Não quero que nada fique por dizer e, infelizmente, o tempo limita, o que, sem limites de tempo, seria ilimitado na sua modesta perfeição.

limite quebrado


Cai em mim e tomei consciência, de toda a incerteza desta situação. Não sei nada, estou tão perdida.

Se estivesses aqui, seria tudo tão mais fácil...

Estás longe, e cada vez mais longe.

Sei que vais mudar a tua vida, sei que estás a sofrer, sei que tens os dois lados da moeda, eu só tenho um. Sei que deve ser assustadoramente difícil para ti pensar em tudo isto. Mas sei, também, que estou aqui para te ajudar, independentemente de tudo isto que nos envolve de forma tão intensa. Antes de tudo mais sou tua amiga, e respeito-te como pessoa. Respeito-te como homem maravilhoso que és.

A forma como me olhas nos olhos, enquanto me abraças e dizes quase que sussurrando "confia em mim", dá-me a certeza que eu preciso de ti. Estou perdida num mar de dúvidas, num tão grande mar de dúvidas...

Amores impossíveis, ou possíveis desamores. Amores eternos, ou eternos amores...
Está tudo nas tuas mãos, ou nas mãos desse tal de destino.

Não quero ter o controle, quero que sejas tu a conduzir como tens conduzido, afinal quem vai mudar a sua vida, és tu, eu vou ficar aqui. Vou continuar uma existência já traçada... Quando mudares a tua, quando for possível existir um verdadeiro "nós", eu mudo a minha. Garanto-te que mudo. Agora não posso... Sabes que não posso. Nem tu podes...

Confio em ti, e espero por ti. Confio na certeza de confiar, e confio na esperança de esperar. Confio na tua mão que me entregou um pedaço de ti, pedaço esse que significa tanto, mas tanto para ti...

Obrigado por confiares em mim, a distancia mata, o ciume corroí, as inseguranças rompem e os medos invadem as barreiras do correcto. Mas eu estou aqui, estou aqui do mesmo jeito que tu me deixaste...
Do mesmo jeito que vou estar quando voltares...
(para mim)

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Eu sei

Compreendo-te mais do que alguma vez julguei ser possível compreender alguém, juro que compreendo.

Compreendo os teus medos, as tuas inseguranças, os teus "fantasmas", os teus limites.
Admiro a tua coragem ao admitires que não é fácil, e efectivamente, não é fácil, nem vai ser fácil.

Para mim foi muito difícil tomar conhecimento do teu mistério, mas foi preferível, porque ontem, pela primeira vez, fomos directos e objectivos, não falamos em "se's".
Abriste o teu coração e revelaste-me um pouquinho mais de ti e apesar de para mim ser quase inconcebível e deveras difícil o que me pediste, eu faço-o. Eu faço-o por ti. Por respeito ao que sinto por ti.

Eu confio em ti, nada mudou... O que sinto permanece inalterável, e tudo o que fiz, faria de novo.
Entraste na minha vida de forma, no mínimo, inesquecível. Faltam-me os adjectivos para descrever o tudo de bom que vieste trazer a minha vida.
Não sei o que se vai passar daqui em diante, mas seja o que for lembra-te que não estás sozinho. Eu estou aqui, eu confio em ti. Confio na tua força, na tua coragem, no teu carácter, e sobretudo confio no teu coração!

Sei que jamais me arrependerei da escolha que fiz, porque a fiz com todo o coração e como diz Pessoa "Tudo vale a pena quando a alma não é pequena". Por isso seja qual for o resultado já ganhei. Ganhei por ter tido a oportunidade de conhecer a pessoa fantástica que és, e por todos os sorrisos verdadeiros que me colocaste nos lábios.

No meio de tantas dúvidas, de tantas questões, de tantos pensamentos divergentes que convergem dentro de mim. Tenho a certeza que te quero.
Dar-te-ei o tempo para resolveres a tua vida, e esperarei.
Esperarei por ti. Esperarei por mim. Esperarei por nós...

Eu estou aqui, por ti e para ti. Eu confio, eu sei que és capaz.

domingo, 10 de agosto de 2008

Sufoco de madrugada


Ontem, de madrugada, pediste-me o meu coração.

Quando te neguei tal oferta, choraste, choraste tanto... Que com os olhos cheios de lágrimas nem reparaste que te dei a minha alma, enquanto imploravas pelo meu coração ardente.

O meu coração, esse pobre vagabundo que corre o mundo sem par nem destino, nada vale...

A minha alma... Oh minh'alma desesperada e pura, essa era a minha fortuna, e tu nem viste, ontem de madrugada...

sábado, 9 de agosto de 2008

(c)Alma da gente


Não quero mais ter alma de gente, que se afoga na imensidão duma liberdade infiel.

Não quero mais ser da gente que se esconde pela vida, fugindo dum passado que corroí as mentiras que deram cor à verdade que sumiu.

Não quero mais pensar, pensamentos inquietos que sopram suspiros, e suspiram em sopros os pensamentos que penso sem pensar.

Não quero fugir de mim mesma, entregando a minha alma de gente à gente sem alma, que foge à pressa com a calma que purifica a alma que se perdeu pela viagem...

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Fado


Sei que o fado está traçado
Nas linhas da minha mão.
Sei que a loucura de um verso amargurado
Me transporta por ai ao vento, que me leva em vão.


Para um sei-lá de enfins, que me beija a pela despida.
Que me envolve perdida,
Que me sussurra mentiras de louvores.
Que me consome, que me prende, que me arranca suores.


Mas será este o fado que canto
O fado que me encanta sem cantar
Será este o meu pranto
Que busco em vida e passo a vida sem encontrar.


Serás tu o meu fado cruel,
Que me enlouquece que me arrepia a pele?
Serás tu o meu fado?
Serás tu quem me acompanha, sem nunca me ter tocado?


Procuro-te porque me mata a sede procurar-te.
Não te quero prender, não quero magoar-te.
Não te quero saber de cor, ou cantar-te à desgarrada
Só te quero amar, nem quero ser amada.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Pontuação

Escrevi palavras e apaguei palavras, apaguei virgulas e pontos finais...
Todas as palavras falam de ti, e as virgulas amaldiçoadas cada vez te afastam mais de mim...
Os pontos finais, esses são sábios, eu não os culpo...
Não me revoltam nem me assustam... Só me entristecem... Tento não os usar, substituir por reticências inoportunas, ou por um ou outro ponto de exclamação louco!
Mas eu sei, eu juro que sei, que já não há espaço para reticências nem para pontos de exclamação...
E haverá espaço para pontos de interrogação? Espaço, talvez... Mas tempo...
Tempo já se esgotou, a vida agora é como este texto, que evita um ponto final...
.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Reticências

Pediste-me para confiar, que a seu tempo entenderei o porquê de te fechares em ti mesmo, o porquê de te esconderes na tua liberdade. Eu confio mas não entendo, nem posso entender...

Ontem foi, talvez, a noite em que te vi pela ultima vez, e apesar de me jurares que não, sei que no fundo eu devo ter razão... Sinto-me tão impotente, perante isto a que chamam destino. Que nos junta para nos separar, em tão pouco tempo... Ambos sabemos que não foi por acaso. Não foi mesmo por acaso. E apesar de neste momento não entender, de estar perdida, em mim, nos meus sentimentos, estou bem.

Não sei o que escrever no final deste curto capítulo da minha vida que escrevemos juntos. Não sei se deva escrever já o ponto final. Se o deixo assim... Mas sei que tenho que seguir...
Desde o inicio que fomos sinceros, e sabia-mos que esta situação teria um inicio, um meio e um fim. E sempre soubemos que o fim seria ontem... Mas fizeste-me crer e querer que ontem não foi um fim. Sei que tens algo que te prende, algo que te impede, de seguires. E no silêncio de todas as palavras que disseste ontem, pediste-me que esperasse por ti, que irias voltar, voltar leve, voltar sem receios, voltar sem medos. Não sei se voltas, mas sei que não partirás.
De mim, não partirás.

Sentirei tanto a tua falta... Sinto tanto a tua falta...

Mas confio em ti, confio nos teus olhos, confio no teu abraço. Vou confiar, porque mereces que confie. Fizeste-me bem, tão bem...

Tudo depende de ti, eu... estarei aqui.

domingo, 3 de agosto de 2008

Carta


Sei que é impossível, sei que é quase que ridículo pensar em ti desta forma.
Sei que amanhã vai ser o ultimo dia que vamos estar juntos, vais embora, seguir com a tua vida. Eu fico aqui, a continuar a mesma vida, a mesma rotina.
Apesar de curto este tempo, vou sentir a tua falta. Vou mesmo sentir a tua falta, aliás já a sinto e só se passaram poucos minutos desde que tive em teus braços.

É tão assustadoramente bom o que sinto... Sinto-me tão... tão... eu. Como já não me sentia há muito tempo...

Obrigado por tudo, obrigado por todos estes momentos. Por todos os sorrisos. Obrigado por teres aparecido na minha vida, e eu sei que não foi por acaso. Senão descobrir o porquê nesta, descobrirei em outra vida, mas descobrirei. Amanhã será o ultimo dia desta primeira etapa.
Estou triste e estou feliz.

Mas estou a sentir-me viva.

Finalmente, sinto-me viva!
(a ti,
Obrigado)

sábado, 2 de agosto de 2008

Tão mutuo


Foi mutuo, tão mutuo.

Assustei-me com o teu olhar tão perto do meu, tentaste ler tudo o que nunca tive coragem para escrever. Invadiste a minha alma e fizeste-me tremer, sem sequer me tocar. E no calor dos teus braços senti-me em casa, senti-me no meu lar. Aqueceste o meu coração, deste-lhe de novo um rumo.
O teu cheiro... Pensar no teu cheiro faz-me sorrir. Pensar em ti, faz-me fechar os olhos, e acreditar... Acreditar na cumplicidade que nos uniu. Foi verdadeira, e digo isto com toda a certeza do Mundo, foi mesmo verdadeira. Deixei-te viajar por todas as páginas do meu livro, até por aquelas que rasguei, ou quis rasgar.


Não sei o que vai acontecer depois,
mas seja como for, obrigado.
Só te tenho a agradecer por me teres dito bem baixinho que algures na felicidade há um cantinho à minha espera.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Juntos


Os teus lábios disseram-me que a felicidade é uma cidade distante, o teu olhar disse-me que vamos viajar juntos.