sábado, 27 de dezembro de 2008

amo-te


Estamos à lareira, estás a meu lado. Sinto-te triste. A tua respiração está demasiado cansada, estás magoado. Comigo. Com as minhas atitudes, com as minhas falhas. Perguntas para que escrevo, percebo que queres um abraço. Precisas de um abraço. Do meu abraço. E eu preciso do teu abraço. Preciso de ti. Será que hoje já te disse que te amo? Mais que tudo no Mundo? Já te disse que és toda a minha vida, todo o meu ser?

Ás vezes é mais fácil escrever que falar, e hoje custa-me assumir-te que errei, como tantas outras vezes, hoje errei contigo. Eu amo-te meu anjo, para sempre. E sim, talvez me custe uma vida a dois... Mas não vou desistir. Não irei abrir mão de ti, do meu tesouro. Da minha vida.

Continuas com os olhos fixados na lenha que o fogo consome, suspiras, e mantens-te imóvel. Triste. E eu continuo a escrever, a escrever que te amo.

Desculpa.
Du bist alles für mich.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

vida

Hoje olho para todas as coisas que escrevi, para tudo o que vivemos, e só posso sorrir, só posso ter orgulho no que és e no que somos. Tem sido difícil, temos passado uma etapa complicada. Mas estamos juntos. Finalmente estamos juntos. Tanto que percorremos, tanto que conversamos, tanto que choramos, tanto que vivemos, e nada foi em vão. Nada. Tudo fez sentido, tudo faz sentido. Digo-te com todas as letrinhas e com toda a certeza também: És o homem da minha vida. Eu amo-te tanto. Desculpa nem sempre te conseguir dar o que mereces e o que te quero dar, não é por não te amar, não é por não te querer. É por me sentir perdida. Ainda não estou no meu Mundo, apenas quando estou a teu lado me sinto em casa. Tu és o meu lar, sabias? És o aconchego da minha mãe, és as gargalhadas das minhas amigas. Não te estou a substituir por ninguém, cada pessoa tem o seu lugar no meu coração, mas tu neste momento és tudo o que eu tenho. És a minha vida, e dava a vida por ti. Sempre confiei em ti, sempre. Desde o inicio, sempre mantive a convicção que eras verdadeiro, e que tudo ia dar certo. E deu.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

pó de sonhos

... e ela abriu os olhos e sorriu.
Deste-me mesmo o Mundo, meu amor.
Um abraço calmo, dançado.
Acreditas em contos de fadas?
Acredito em ti.

sábado, 15 de novembro de 2008

De mãos dadas

Esteja eu onde estiver, estaremos sempre de mãos dadas. Caminharás sempre comigo, não à minha frente, nem atrás de mim, mas sim a meu lado. E eu estarei sempre a teu lado, sempre. És parte de mim, mãe. Obrigada por tudo, por todos os conselhos, por todos os sorrisos, por todas as conversas, todas as lágrimas, obrigada por tudo. Tenho um grande orgulho em ti, na mãe maravilhosa que és, e sobretudo na Mulher fantástica que és. Sem ti, acredita, que não seria nada do que sei hoje.


Ao olhar para trás apercebo-me que se os anjos da guarda existem, o meu és tu. És o meu anjo da guarda que eu sei que nunca me abandonará. Sempre estiveste comigo, nos piores momentos da minha vida, tu estiveste lá a lutar comigo. E nos melhores momentos da minha vida estiveste lá a apoiar-me.
Dou por mim a sorrir só de pensar nas nossas maluqueiras, éramos tão felizes... Sem maldade nenhuma, só gostávamos de brincar e de nos divertir. E por coisa nenhuma fazia-mos uma enorme festa... Lembraste quando nevou no Entroncamento, e fomos beber chocolate quente à pastelaria Sta Catarina? E dos tralala's, lembraste? Em todas as minhas memórias estás sempre, sempre lá. E não só por seres minha mãe, mas sim por seres minha amiga, minha melhor amiga.


Eu sei que por norma toda a gente diz que "a minha mãe é a melhor mãe do mundo", mas a verdade é que tu és, realmente, a melhor mãe do Mundo. (Deste, e do outro). Nunca mudes, mantém sempre a tua forma de ser, sejas criticada ou não, isso é indiferente. Sê sempre genuína, como és. Eu gosto de ti assim do jeito que és.

Amo-te mãe,
sempre e para sempre.
És o meu tesouro.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Nostálgia

Estou sentada no banco. No mesmo banco. Sempre no mesmo banco. Hoje existe algo diferente no ar, cheira a nostalgia. Tudo me desperta a atenção, tudo. O velho que vai na bicicleta enferrujada que tanta vez passou por mim hoje tem importância. Tal como o carro preto que estacionou em cima do passeio, e tal como folha cor-de-laranja que rodopia no chão, em busca de uma rajada de vento mais forte, para voar mais longe, como eu. Por breves minutos parei para pensar, no que será que as pessoas que percorrem estas ruas, que durante anos eu percorri, pensam. Nos milhares de pensamentos diferentes que percorrem estas estradas. Nas emoções e nas frustrações. Quantas pessoas já se sentaram aqui, neste mesmo banco, e choraram desesperadas. Quantas gargalhadas ecoaram aqui.
Algumas pessoas passam por mim, a viver as suas vidas, a respirar o seu ar, e não me olham, não me vêm. Outras, menos concentradas em si mesmas, parecem, por segundos, olhar-me, respirar o mesmo ar que eu.

Vou ter saudades de tudo. De todos os sítios que nunca valorizei, de todos os gestos que banalizei e, sobretudo, de todas as pessoas. Todas! Boas, más... Todas as pessoas que por algum dia me marcaram, irão comigo. E desculpem-me se o Mundo girou depressa demais e não tive tempo para um abraço de "despedida".

Isto não é um adeus, é um até já. Não me vou embora das vossas vidas, vou apenas lutar pela minha, vou voar um pouco mais alto, vou lutar pelo que acredito e pelo que amo.

Não sei descrever quem sou, mas em todos vocês vejo um pedaço de mim. Obrigada por tudo, obrigado por todas as palavras, por todos os sorrisos, por todo o carinho e por todo o afecto. Guardo-vos a todos em mim, são e sempre serão parte de mim.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Inicio

"(...) Não quero ter o controle, quero que sejas tu a conduzir como tens conduzido, afinal quem vai mudar a sua vida, és tu, eu vou ficar aqui. Vou continuar uma existência já traçada... Quando mudares a tua, quando for possível existir um verdadeiro "nós", eu mudo a minha. Garanto-te que mudo. Agora não posso... Sabes que não posso. Nem tu podes(...)"
19-Agosto-2008

Tu mudaste.
Hoje, existe, finalmente, "um nós".
Agora, cumprirei o que te garanti. Mudarei a minha por ti.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

poetas mortos

Fui à floresta viver de livre vontade,
para sugar o tutano da vida.
Aniquilar tudo o que não era vida.
Para,
quando morrer,
não descobrir que não vivi.


(Henry David Thoreau)

terça-feira, 16 de setembro de 2008

murmúrios


As palavras esgotaram, mas nunca esgotaremos os silêncios.
Fala-me em silêncio.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

despida no vestido vermelho


ontem, vinhas no vestido rasgado, no vestido sujo,
o vestido era curto. tinha pó.
tinha vergonha. tinha angustia espelhada.
tinha medo e loucura, e era vermelho.


hoje, despiste o teu vestido.
tinhas vergonha dos rasgões, do pó,
da angustia que ela deixava transparecer.
quiseste esconder o medo e a loucura do teu vestido vermelho.


despiste o teu vestido.
deixaste a nu a tua alma negra.


e agora queres procurar o teu vestido.
mas já alguém o lavou,
já alguém o cozeu,
já alguém o engomou.
e agora anda outro alguém com o vestido vermelho.


a tua ganancia e a vergonha do tempo que passou pelo teu vestido deixaram-te nua.


nua, numa alma negra.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

anda ser só um


anda, deixa-me levar-te.
anda, confia em mim.
sai dessa prisão que te sufoca.
anda vamos sorrir.
vamos viver.
anda viver. anda sonhar. anda amar.

anda respirar.
anda comigo,
leva-me contigo.

para onde?
não faças perguntas,
não penses,
não olhes para trás,
liberta-te.

só hoje.
amanhã voltas. hoje anda viver.
não forces, anda.
confia, aprende a confiar.

larga a morte a que chamas vida.

queres gritar? apetece-te gritar?
grita, grita bem alto.
podes ser livre. não te quero prender.

chora. se te apetecer chora.
chora desalmadamente. sorri.
sê tu mesmo, sem limites.
anda, pega na minha mão.

deixa-me ensinar-te a viver,
acredita em mim.

vives tão preso em ti mesmo.
deixa-me libertar-te de ti.

vamos, os dois, por ai...
no silêncio puro das palavras que não se dizem.
não as digas.
(que eu sei-as)

agora anda.
anda ser só um.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

pequeno mundo


o mundo é tão pequeno.
tão pequeno para ti.

que se descubra outro mundo, outros horizontes para os teus olhos se perderem.
que se descubram novas palavras para te dizer, estas são tão singelas...

o mundo é tão pequeno.
tão pequeno para ti.

que se descubram novos sabores e novos aromas, para te perderes.
que se descubram novos esconderijos, para te protegeres do que te aflige.

o mundo é tão pequeno.
tão pequeno para ti.

que se descubram novos amores, e novas paixões, novos poemas e novos poetas.
que se descubra um mundo novo, para ti.


és tu tão grande e tão imenso para tão pequeno mundo.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

O hoje

é o dia,
o dia consagrado e esquecido
amargurado e imaculado.

o hoje

é o principio,
o principio do que já vai a meio
o dia principal que assombra.

o hoje

é a lágrima,
a lágrima que limpas a disfarçar
depois de a forçar.

o hoje

é a solidão,
a solidão que inventaste,
a solidão que (não) comove.

o hoje

é o grito,
o grito que custa a sair, que quer sair, que precisa de sair
o grito que ninguém pode ouvir.

o hoje

é o sorriso,
o sorriso virgem e cândido
o sorriso hipócrita e irónico que todos têm num pedestal.

o hoje

é o dia,
o dia em que te digo que os ontens foram demais.
e amanhã... será amanhã.

o hoje,

o hoje nunca mais.

(...estava ali guardado, num caderno antigo, com o pó de varias mudanças, de varias metamorfoses e achei que era altura de o passar para aqui.)

Sempre para sempre

"O amor é tudo.

tudo isto,

e nada disto,

para tanta gente..."

(Donna Maria)

dois

impressionam-me as semelhanças,seduzem-me as (nossas) diferenças.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

"...muito mais é o que nos une, que aquilo que nos separa..." ...E temos tanto a separar-nos.

toque

conversamos horas a fio.

e só entendi o que querias dizer quando me abraçaste e ficamos em silêncio.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Tão longe

É impressionante como a teu lado as horas esvoaçam, entre as conversas, entre os assuntos intermináveis que encontramos entre as coisas mais banais. Na tua terrível ausência, cada minutos, transporta-me para um lugar tão longe, tão frio...

A teu lado estou bem! Nos teus braços, encontro aquilo que nunca sequer procurei, porque julgava não existir.

Não quero que nada fique por dizer e, infelizmente, o tempo limita, o que, sem limites de tempo, seria ilimitado na sua modesta perfeição.

limite quebrado


Cai em mim e tomei consciência, de toda a incerteza desta situação. Não sei nada, estou tão perdida.

Se estivesses aqui, seria tudo tão mais fácil...

Estás longe, e cada vez mais longe.

Sei que vais mudar a tua vida, sei que estás a sofrer, sei que tens os dois lados da moeda, eu só tenho um. Sei que deve ser assustadoramente difícil para ti pensar em tudo isto. Mas sei, também, que estou aqui para te ajudar, independentemente de tudo isto que nos envolve de forma tão intensa. Antes de tudo mais sou tua amiga, e respeito-te como pessoa. Respeito-te como homem maravilhoso que és.

A forma como me olhas nos olhos, enquanto me abraças e dizes quase que sussurrando "confia em mim", dá-me a certeza que eu preciso de ti. Estou perdida num mar de dúvidas, num tão grande mar de dúvidas...

Amores impossíveis, ou possíveis desamores. Amores eternos, ou eternos amores...
Está tudo nas tuas mãos, ou nas mãos desse tal de destino.

Não quero ter o controle, quero que sejas tu a conduzir como tens conduzido, afinal quem vai mudar a sua vida, és tu, eu vou ficar aqui. Vou continuar uma existência já traçada... Quando mudares a tua, quando for possível existir um verdadeiro "nós", eu mudo a minha. Garanto-te que mudo. Agora não posso... Sabes que não posso. Nem tu podes...

Confio em ti, e espero por ti. Confio na certeza de confiar, e confio na esperança de esperar. Confio na tua mão que me entregou um pedaço de ti, pedaço esse que significa tanto, mas tanto para ti...

Obrigado por confiares em mim, a distancia mata, o ciume corroí, as inseguranças rompem e os medos invadem as barreiras do correcto. Mas eu estou aqui, estou aqui do mesmo jeito que tu me deixaste...
Do mesmo jeito que vou estar quando voltares...
(para mim)

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Eu sei

Compreendo-te mais do que alguma vez julguei ser possível compreender alguém, juro que compreendo.

Compreendo os teus medos, as tuas inseguranças, os teus "fantasmas", os teus limites.
Admiro a tua coragem ao admitires que não é fácil, e efectivamente, não é fácil, nem vai ser fácil.

Para mim foi muito difícil tomar conhecimento do teu mistério, mas foi preferível, porque ontem, pela primeira vez, fomos directos e objectivos, não falamos em "se's".
Abriste o teu coração e revelaste-me um pouquinho mais de ti e apesar de para mim ser quase inconcebível e deveras difícil o que me pediste, eu faço-o. Eu faço-o por ti. Por respeito ao que sinto por ti.

Eu confio em ti, nada mudou... O que sinto permanece inalterável, e tudo o que fiz, faria de novo.
Entraste na minha vida de forma, no mínimo, inesquecível. Faltam-me os adjectivos para descrever o tudo de bom que vieste trazer a minha vida.
Não sei o que se vai passar daqui em diante, mas seja o que for lembra-te que não estás sozinho. Eu estou aqui, eu confio em ti. Confio na tua força, na tua coragem, no teu carácter, e sobretudo confio no teu coração!

Sei que jamais me arrependerei da escolha que fiz, porque a fiz com todo o coração e como diz Pessoa "Tudo vale a pena quando a alma não é pequena". Por isso seja qual for o resultado já ganhei. Ganhei por ter tido a oportunidade de conhecer a pessoa fantástica que és, e por todos os sorrisos verdadeiros que me colocaste nos lábios.

No meio de tantas dúvidas, de tantas questões, de tantos pensamentos divergentes que convergem dentro de mim. Tenho a certeza que te quero.
Dar-te-ei o tempo para resolveres a tua vida, e esperarei.
Esperarei por ti. Esperarei por mim. Esperarei por nós...

Eu estou aqui, por ti e para ti. Eu confio, eu sei que és capaz.

domingo, 10 de agosto de 2008

Sufoco de madrugada


Ontem, de madrugada, pediste-me o meu coração.

Quando te neguei tal oferta, choraste, choraste tanto... Que com os olhos cheios de lágrimas nem reparaste que te dei a minha alma, enquanto imploravas pelo meu coração ardente.

O meu coração, esse pobre vagabundo que corre o mundo sem par nem destino, nada vale...

A minha alma... Oh minh'alma desesperada e pura, essa era a minha fortuna, e tu nem viste, ontem de madrugada...

sábado, 9 de agosto de 2008

(c)Alma da gente


Não quero mais ter alma de gente, que se afoga na imensidão duma liberdade infiel.

Não quero mais ser da gente que se esconde pela vida, fugindo dum passado que corroí as mentiras que deram cor à verdade que sumiu.

Não quero mais pensar, pensamentos inquietos que sopram suspiros, e suspiram em sopros os pensamentos que penso sem pensar.

Não quero fugir de mim mesma, entregando a minha alma de gente à gente sem alma, que foge à pressa com a calma que purifica a alma que se perdeu pela viagem...

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Fado


Sei que o fado está traçado
Nas linhas da minha mão.
Sei que a loucura de um verso amargurado
Me transporta por ai ao vento, que me leva em vão.


Para um sei-lá de enfins, que me beija a pela despida.
Que me envolve perdida,
Que me sussurra mentiras de louvores.
Que me consome, que me prende, que me arranca suores.


Mas será este o fado que canto
O fado que me encanta sem cantar
Será este o meu pranto
Que busco em vida e passo a vida sem encontrar.


Serás tu o meu fado cruel,
Que me enlouquece que me arrepia a pele?
Serás tu o meu fado?
Serás tu quem me acompanha, sem nunca me ter tocado?


Procuro-te porque me mata a sede procurar-te.
Não te quero prender, não quero magoar-te.
Não te quero saber de cor, ou cantar-te à desgarrada
Só te quero amar, nem quero ser amada.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Pontuação

Escrevi palavras e apaguei palavras, apaguei virgulas e pontos finais...
Todas as palavras falam de ti, e as virgulas amaldiçoadas cada vez te afastam mais de mim...
Os pontos finais, esses são sábios, eu não os culpo...
Não me revoltam nem me assustam... Só me entristecem... Tento não os usar, substituir por reticências inoportunas, ou por um ou outro ponto de exclamação louco!
Mas eu sei, eu juro que sei, que já não há espaço para reticências nem para pontos de exclamação...
E haverá espaço para pontos de interrogação? Espaço, talvez... Mas tempo...
Tempo já se esgotou, a vida agora é como este texto, que evita um ponto final...
.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Reticências

Pediste-me para confiar, que a seu tempo entenderei o porquê de te fechares em ti mesmo, o porquê de te esconderes na tua liberdade. Eu confio mas não entendo, nem posso entender...

Ontem foi, talvez, a noite em que te vi pela ultima vez, e apesar de me jurares que não, sei que no fundo eu devo ter razão... Sinto-me tão impotente, perante isto a que chamam destino. Que nos junta para nos separar, em tão pouco tempo... Ambos sabemos que não foi por acaso. Não foi mesmo por acaso. E apesar de neste momento não entender, de estar perdida, em mim, nos meus sentimentos, estou bem.

Não sei o que escrever no final deste curto capítulo da minha vida que escrevemos juntos. Não sei se deva escrever já o ponto final. Se o deixo assim... Mas sei que tenho que seguir...
Desde o inicio que fomos sinceros, e sabia-mos que esta situação teria um inicio, um meio e um fim. E sempre soubemos que o fim seria ontem... Mas fizeste-me crer e querer que ontem não foi um fim. Sei que tens algo que te prende, algo que te impede, de seguires. E no silêncio de todas as palavras que disseste ontem, pediste-me que esperasse por ti, que irias voltar, voltar leve, voltar sem receios, voltar sem medos. Não sei se voltas, mas sei que não partirás.
De mim, não partirás.

Sentirei tanto a tua falta... Sinto tanto a tua falta...

Mas confio em ti, confio nos teus olhos, confio no teu abraço. Vou confiar, porque mereces que confie. Fizeste-me bem, tão bem...

Tudo depende de ti, eu... estarei aqui.

domingo, 3 de agosto de 2008

Carta


Sei que é impossível, sei que é quase que ridículo pensar em ti desta forma.
Sei que amanhã vai ser o ultimo dia que vamos estar juntos, vais embora, seguir com a tua vida. Eu fico aqui, a continuar a mesma vida, a mesma rotina.
Apesar de curto este tempo, vou sentir a tua falta. Vou mesmo sentir a tua falta, aliás já a sinto e só se passaram poucos minutos desde que tive em teus braços.

É tão assustadoramente bom o que sinto... Sinto-me tão... tão... eu. Como já não me sentia há muito tempo...

Obrigado por tudo, obrigado por todos estes momentos. Por todos os sorrisos. Obrigado por teres aparecido na minha vida, e eu sei que não foi por acaso. Senão descobrir o porquê nesta, descobrirei em outra vida, mas descobrirei. Amanhã será o ultimo dia desta primeira etapa.
Estou triste e estou feliz.

Mas estou a sentir-me viva.

Finalmente, sinto-me viva!
(a ti,
Obrigado)

sábado, 2 de agosto de 2008

Tão mutuo


Foi mutuo, tão mutuo.

Assustei-me com o teu olhar tão perto do meu, tentaste ler tudo o que nunca tive coragem para escrever. Invadiste a minha alma e fizeste-me tremer, sem sequer me tocar. E no calor dos teus braços senti-me em casa, senti-me no meu lar. Aqueceste o meu coração, deste-lhe de novo um rumo.
O teu cheiro... Pensar no teu cheiro faz-me sorrir. Pensar em ti, faz-me fechar os olhos, e acreditar... Acreditar na cumplicidade que nos uniu. Foi verdadeira, e digo isto com toda a certeza do Mundo, foi mesmo verdadeira. Deixei-te viajar por todas as páginas do meu livro, até por aquelas que rasguei, ou quis rasgar.


Não sei o que vai acontecer depois,
mas seja como for, obrigado.
Só te tenho a agradecer por me teres dito bem baixinho que algures na felicidade há um cantinho à minha espera.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Juntos


Os teus lábios disseram-me que a felicidade é uma cidade distante, o teu olhar disse-me que vamos viajar juntos.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Vergonha

Não me orgulho, mas não me envergonho.
Vergonha, era orgulhar-me.

meu amor

não as digas, meu amor. que essas cegam, queimam e corrompem a vida. não as digas. elas invadem a alma e expulsam a razão. nem as sintas, meu amor. não as sintas, que são más, como o frio do gelo que queima no teu corpo que se esqueceu de existir. não as digas que elas ferem como punhais de sangue e de gritos de dor. não as digas, meu amor, que elas mordem e arrancam pedaços de fé. não as sintas meu, meu amor. e se sentires, guarda-as em ti. a mim, não me fales mais de amor.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Silêncio

As tuas palavras são doces, tão doces...

O que doi, são os silêncios...

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Erro


Queres sair,
mas prendeste à vontade de ficar.
vais sempre ficar. porque é aí que queres ficar. não iludas mais. eu vou fingido que não sei e nada vai mudar. o teu corpo vai e vem. mas tu. tu ficas aí.

tão perto.

tão ausente.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Quarto

tenho dois quartos na vida.

tenho duas vidas no quarto.

...

não tenho o que escrever, nem me apetece escrever. hoje vou calar o poema. não vou escrever mais. não vou escrever mais sobre ti. já chega. fazes-me tão mal por me fazeres tão bem. quero tanto não te querer como te quero. hoje. amanhã. ontem. quero lá saber da ortografia. do correcto. do falso. não me interessa os parágrafos nem os pontos finais. não quero saber das maiúsculas e que se lixem as minúsculas. hoje não me quero fazer poesia. nem consigo. quero falar pelas minhas mãos. quero chorar pelos meus dedos. sorrir nas entrelinhas. que não existem. ainda. acalma-me o peito ouvir as letras. exalta-me a alma não as entender. na calma dos medos incertos de sofrer, sofro na esperança de não sofrer. sei o que se sofre ao sofrer. pleonasmos. repetições inúteis. reforços de ideias. escapes de sentimentos. metáforas sem sabor. amores sem dor. poetas sem sofrer fingido. antíteses. não tenho o que escrever, nem me apetece escrever. hoje vou calar o poema.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Exaltação

Já não te provo,
nem sei o teu sabor.
Mas sei a que sabes.
Continuas vivo, aqui, dentro de mim.
Primeiro, a paixão enlouquecida de quem já se esqueceu o que é amar, e ama pela primeira vez. Os sorrisos, os toques, as exaltações da alma.
Depois o prazer, tão filosófico, hoje... tão carnal!
O ciume de quem quer possuir para alem do corpo.
O perdão tão falsamente imaculado que corroí a honestidade de uma utopia.
Arrancaste tudo de mim.
Deixas-te-me nua, no meu vestido negro de cetim...
Não voltes, não me ofereças mais o teu corpo.
Não me iludas mais com a tua alma.
Fica onde estás, a minha alma não te ilude. A minha alma entristece-te.

E eu... sorrio!

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Caminho

Fala-me das viagens, das pessoas... foste a correr pelo mar, nem te vi! numa triste demora de uma esperança, vi a tua alma, tão transparente a molhar a areia. avançaste pelo destino inquieto,
com o olhar de quem quer ser dono do desconhecido. flutuaste por ai, sem falar. foste iludindo as ilusões esquecidas. impediste o previsível. e venceste. deixaste tudo. mas venceste. sozinho.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Espiral

Suspiraste em mim, no sangue frio da noite. Quebraste o final da madrugada, com o respirar da flor. Tocaste a pintura distante, com os dedos frios a queimar de medo. E fugiste. Foste a correr pelos paraísos dos teus olhos, cansados da viagem longa de dormir. Morreste-me, onde cantaste a canção de embalar ao Mundo. Foste a razão da excepção da regra. Sussurraste mil perdões enquanto te rias a morrer num desespero tão feliz. Continuaste num nada, a pisar as pedras e a rasgar a pele das mãos.

Nunca ouviste as minhas palavras. Jamais entenderás o meu silêncio.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Amor eternamente mal amado


Tive um amor para sempre,
mas terminou antes de eu dar conta.
Deixei-o ir com todos os sonhos cintilantes,
espalhados pelas praias das almas.

Aquele meu amor que era para sempre jamais voltará!
Ficará para sempre esquecido numa lembrança que atormenta.

Agora, amarei apenas...
Não amarei para sempre e assim tenho a certeza que amarei toda a vida.

Pretérito mais que perfeito


Vivi um pretérito imperfeito,
ainda assim foi perfeito na sua imperfeição.
Quem sabe um dia,
um pretérito mais que perfeito,
após a imperfeição perfeita deste meu pretérito.

Sei que escondidas entre as perfeitas imperfeições,
guardo imperfeitas perfeições.
E essas bastam para valorizar as pequenas perfeições
que cintilam entre todas as imperfeições.

Se fosse perfeito o meu pretérito,
hoje viveria apenas de imperfeições.
E que presente mais enfadonho,
um presente de noções imperfeitas.

... Assim,
vivendo um imperfeito pretérito,
hoje brindo com o presente às perfeições da vida.

domingo, 15 de junho de 2008

Retrato


Tenho lágrimas confusas que insistem em molhar-me o rosto, e por isso escrevo. na esperança, talvez, inocente de não pensar, de não reflectir, de não existir. desfilam na minha lembrança todas as memórias perdidas na minha existência. e em todas elas existe uma lágrima. ora uma lágrima desesperadamente infeliz ora uma lágrima tão límpida como o meu sorriso em dias tão risonhos como eu. segui um caminho. fiz escolhas. deixei para traz tantas promessas. deixei para traz tantos abraços. hoje choro. não sei se fiz bem, se fiz mal. sei que fiz e isso basta para sorrir e para chorar. não sei se vou reencontrar as pessoas que passaram a correr na minha vida, pessoas que saíram da minha vida bem antes da despedida. não sei se vou ganhar coragem de assumir o meu coração, se vou continuar a ser apenas eu quando escrevo. se ganhar coragem, dir-te-ei que te amo. eu sofro. mas sofro em silêncio, numa lágrima sufocada quando todos vão embora, e eu fico. fico na minha consciência. fico em mim, apenas eu. eu sofro num silêncio que doí, num silêncio que mata. sofro no meu silêncio. não sofro por sofrer durante um abraço fingido. sofro no momento exacto em que ninguém pode fingir um sentimento num abraço.

(e nesse momento choro por não ter um abraço sincero)

sexta-feira, 13 de junho de 2008

O Baile

Tu.
Eu.
Nós.
O vazio.
O silêncio.
A música.

Tu, eu, nos, o vazio, o silêncio e a música.

O vazio dançou contigo,
eu dancei connosco,
o silêncio e a música dançaram juntos, tão afastados mas tão cúmplices...

Trocaram os pares.
Eu dancei com o vazio,
Tu com a música,
E o silêncio connosco...

Por fim,
Eu dancei contigo, voando em teus braços de veludo.
A música dançou connosco e envolveu-nos num beijo profundo.
O vazio e o silêncio sorriram, e saíram levemente...

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Asas de Anjo


Um dia ensinaste-me a voar, depois roubaste-me as asas.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Criança


Olhei para uma criança e vi um olhar, vi uma lágrima persistente. vi um grito a ecoar na sua alma. olhei para uma criança e vi o medo. vi a inocência perdida nas mãos cruéis da noite. olhei para uma criança e vi uma esperança morta, vi um silencioso pedido de ajuda. olhei para uma criança e vi todas as noites passadas em branco a rezar a um Deus que a abandonou. olhei para uma criança e vi o meu reflexo no espelho da vida.

domingo, 8 de junho de 2008

Amor de Sal

Olho para ti e choro porque sei que nunca serás meu.
Vens e vais em segredo, és livre e és livre de o ser.
És senhor dos teus desejos e das tuas ambições.
Tocas o meu corpo e despes a minha alma,
elevando todo o meu ser ao mais brilhante horizonte.
Amas-me mas deixas-me despida.
Beijas o meu corpo. Molhas toda a minha pele.
Pegas-me deixas-me sentir-te,
para depois me largares por aí.
Deixa-me ser tua, oh Mar!!

Lar

Moro onde os nossos corpos cansados se unem. onde me tocas em segredo. onde te toco a medo. moro nas noites da tua memória. moro na paixão de um beijo perdido na imaginação de alguem que sonhou. moro no fundo do nosso ser. moro em ti, e és tu o meu abrigo. moro onde andamos de mãos dadas. moro onde num sorriso puro demos a volta ao Mundo.

Gritos Mudos

Qual é o sentido das minhas palavras?
Qual é o sentido das minhas dúvidas?
Quem me responde às minhas perguntas?

Escrevo porque não tenho quem me oiça, e quem me ouve, não ouve as minhas palavras, ouve as suas palavras em gritos mudos saídos dos meus lábios. As minhas dúvidas cobrem o meu peito de luto. As minhas perguntas afastam-se num eco de paz tão inventado.

Não fales, se não sabes o que dizer. Não quebres o silêncio...

Posso ser eu?


Não me peçam para não chorar. não me limpem as lágrimas. posso ser eu? por minutos deixem-me ser eu. não me abraçem agora. não me digam que não vale a pena. posso ser eu? deixem-me cair. deixem-me dormir. deixem-me morrer. posso ser eu? só hoje, só por minutos. não quero um beijo na testa. não quero um sorriso por pena. não quero lenços perfumados. quero apenas ser eu. posso? posso ser eu por minutos? deixem-me sofrer. deixem-me sentir. deixem-me encontrar-me.

Labirinto


Suspira, devagar....

Estende-me a tua mão.

Suspira, devagar.

Quente.

Leva-me à descoberta de fadas.

Devagar, suspira.

Quente.

Sonha comigo uma realidade de fantasia.

Suspira, devagar.

Quente.

Ouve a minha voz, calma.

Devagar, suspira.

Quente.

Deixa o vento beijar a tua pele.

Suspira, devagar.

Quente.

Sente o sol a queimar-te.

Devagar, suspira.

Quente.

Lembra-te do que já foste.

Suspira, devagar.

Quente.

Estende-me a tua mão....

Eu fiquei

Olhei e vi-te sair.

Eu fiquei.
Fiquei perdida entre as fotografias.
Fiquei perdida em mim,
na tua ausência.
Fiquei perdida numa lágrima.
Fiquei perdida num pensamento,
em ti.
Fiquei perdida num sorriso.
Fiquei perdida numa recordação.
num segundo.
E,
Foi nesse segundo em que fiquei perdida em ti,
e em que me encontrei na tua ausência,
Que ….
Olhei e vi-te sair.

Eu fiquei.

Mundo Morto

Tenho um segredo,
guardado na boca do Mundo.

Um segredo que o vento espalha,
e ninguem ouve.

Tenho um fado espalhado na fé,
e ninguem ousa canta-lo.

Uma melodia que se ouve no silêncio,
mas todos gritam.

Tenho um segredo,
guardado na boca do Mundo,
e todos o procuraram e ninguém o encontrou.

Sou

Sou uma voz sem rosto,
querendo soltar um grito.
Sou um sorriso imposto.
Sou um fantasma, sou um mito.

Sou uma lembrança vaga,
de uma passado que ficou.
Sou doce e sou amarga.

Sou a brisa que passou

Sou o arrepio.
Sou um oceano cheio,
Sou o vazio.

Sou tudo e sou nada.
Sou o dia.
Sou a noite de madrugada.

Estou farta

Hoje vou apenas escrever.
Será que vais ler?
Será que vais sorrir? Agora, neste exacto momento?
Não sei e sei que estou farta.
Estou farta das metaforas, estou farta de ambiguidades,
mal de mim que ambígua sou.
Não quero falar do fado, não quero falar da saudade.
Não quero falar do pecado.
Não quero ter razão. Não quero estar errada.
Não quero saber da verdade.
Não quero rimar, nem escrever um soneto.

Hoje vou apenas escrever.
Mais nada.

O futuro de hoje

Amanhã,
amanhã quando acordar vai ser hoje.
Hoje, vai ser passado,
e hoje o amanhã é futuro.
Nesse tal futuro planeado, morrerá a esperança de um futuro sem planos,
e na esperança planeada de um futuro de amanhã,
morrerá, tambem,
o hoje.

Cansada

Olho para o lado e morro,
cansada....

Olho para o lado e sorrio,
cansada....

Olho para o lado e vivo,
cansada....

Olho para o lado e choro,
por morrer a sorrir e por viver a chorar....
....Cansada!